Conflitos internos matam mais do que externos, o suicídio é a quarta maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos

Análise: Conflitos internos matam mais do que externos Segundo a OMS, o suicídio mata 11 vezes mais pessoas em todo o mundo do que conflitos armados

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De acordo com estatísticas oficiais da OMS (Organização Mundial de Saúde), uma a cada cem mortes no mundo ocorre por suicídio. Um levantamento global divulgado em junho de 2021 revela que cerca de 800 mil pessoas dão cabo da própria vida todos os anos, ao passo que o número de vítimas de guerra não chega a 70 mil.

O suicídio é a quarta maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos – perdendo apenas para acidentes de trânsito, tuberculose e violência interpessoal – e vitima mais homens do que mulheres (12,6 homens e 5,4 mulheres para cada 100 mil mortes). No todo, o suicídio mata mais do que doenças como HIV, malária, câncer de mama e até homicídios.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanon Ghebreyesus, expressou preocupação quanto a uma possível elevação dessas taxas no contexto da pandemia de Covid-19, devido ao aumento dos fatores de risco, como perda do emprego, diminuição de renda e solidão, por conta do distanciamento social.

Apesar de o número de suicídios apresentar uma queda global de 36% nos últimos anos, as Américas seguem na contramão dessa estatística, registrando 17% mais mortes. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no Brasil, cerca de 12 mil pessoas se suicidam a cada ano. De 2014 a 2019 houve um aumento de 28% no índice geral, mas entre jovens de 11 a 20 anos, o aumento foi de 49,6%.

Entre as principais causas estão os transtornos e doenças psiquiátricas, como a depressão e a ansiedade, responsáveis por 90% dos casos. É certo que estamos vivendo em uma época em que grande parte das pessoas são depressivas e passam a maior parte do tempo ansiosas, mas não deixa de ser assustador o crescente número de crianças sendo diagnosticadas com esses males e, sem saber como lidar – pois muitas vezes os próprios pais e familiares sofrem com os mesmos problemas – decidem tirar a própria vida.
Diante dos fatos é inevitável concluir que os conflitos internos e as dores da alma são mais letais do que inúmeras doenças que a ciência, a medicina e os altos investimentos em saúde tentam erradicar em todo o mundo. É preciso buscar a cura para o corpo, mas não há dúvida de que estamos vivendo uma pandemia de doenças da alma e, sobre isso, ainda há muito o que fazer.

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