Pontos polêmicos
As manifestações coincidem também com o dia de assembleias e greves convocadas por sindicatos da educação no Brasil. Professores municipais e estaduais concordaram em aderir à paralisação com o objetivo de pressionar os deputados a berraram as mudanças nas regras da aposentadoria no país. Caso a proposta passe no Congresso, a categoria passará a se aposentar pela idade mínima de 65 anos. Hoje professores, que possuem uma aposentadoria especial, podem requerer o benefício com 30 anos de contribuição e as professoras com 25 anos.
No evento criado no Facebook para a convocação dos protestos, as frentes Brasil Popular e Povo sem Medo afirmaram que é preciso organizar a resistência e conscientizar a população "sobre o brutal ataque aos direitos que vem sendo patrocinado" pelo governo.
"A chamada Reforma da Previdência na verdade tem o objetivo de destruir a aposentadoria do povo brasileiro", defende também uma carta aberta assinada por dezenas de sindicatos, movimentos e partidos, dentre eles PSOL, PSTU e PT. O texto ressalta ainda que a Reforma da Previdência é "ruim para todos, mas é pior paras as mulheres".
Uma das principais bandeiras do Governo Termer, a reforma da Previdência, vem sendo bastante questionada antes mesmo de entrar em votação definitiva. O texto está atualmente em tramitação em uma comissão especial na Câmara dos Deputados, onde deverá ser votada até abril. A proposta do Governo foi apresentada no final do ano passado, e tem gerado debates acalorados, inclusive na base aliada do presidente dentro do Congresso.
A proposta prevê pontos polêmicos, como o estabelecimento de idade mínima aos 65 anos para todos os trabalhadores, além dos 49 anos para conseguir o teto da aposentadoria. Além de dificultar o acesso ao benefício, outra crítica ao projeto é a flexibilização da renda destinadas a deficientes físicos e idosos de baixa renda, hoje vinculados ao valor do salário mínimo.
Mesmo reconhecendo a resistência de alguns deputados de passarem alguns pontos bastante criticados, o Governo ainda acredita que pode passar a proposta como está. "Não temos ainda nenhuma indicação de mudar", afirmou o presidente da comissão especial da reforma, Carlos Marun (PMDB-MS) à Reuters. "São vários os temas polêmicos, mas não vi até agora nada que melhore a situação."