Sobre São Vicente


São Vicente é um município da Microrregião de Santos, na Região Metropolitana da Baixada Santista, no estado de São Paulo, no Brasil. A sua população estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística para 1° de Julho de 2017 era de 360 380 habitantes, sendo a segunda cidade mais populosa do litoral paulista, ficando atrás apenas de Santos. A sua área é de 148,424 km², o que resulta numa densidade demográfica de 2 378,59 habitantes por quilômetro quadrado.

Surgida no ano de 1532, foi a primeira vila da América Portuguesa, fundada por Martim Afonso de Sousa conforme ordens do rei de Portugal, dom João III, em uma ilha descoberta na expedição de Gaspar de Lemos, em 1502, que a batizou em homenagem a São Vicente Mártir (de acordo com registros de Américo Vespúcio). Em 22 de agosto de 1532, ocorreu a primeira eleição da América, em que foram escolhidos os primeiros oficiais da Câmara, atualmente equivalente ao cargo de vereador. Hoje, a cidade, situada na metade ocidental da Ilha de São Vicente, que compartilha com Santos, baseia a sua economia no comércio e turismo.

Parte do município se estende pelo continente, em duas porções distintas: o bairro de Japuí, ligado à cidade por uma ponte construída em 1914 pelo engenheiro Saturnino de Brito no caminho que ruma à Praia Grande, e o distrito de Samaritá, que inclui também os bairros do Jardim Humaitá, Parque Continental, Parque das Bandeiras, Jardim Rio Branco, Samaritá, Vila Ema e o Quarentenário, situados ao longo da rodovia Padre Manuel da Nóbrega, entre Cubatão, Praia Grande e os contrafortes da Serra do Mar.




A História de São Vicente

Por volta do ano 1000, índios tupis procedentes da Amazônia conquistaram a região atualmente ocupada por São Vicente, expulsando, para o interior, os seus habitantes anteriores (os chamados tapuias). Quando a expedição portuguesa comandada por Gaspar de Lemos chegou ao Brasil, em 22 de janeiro de 1502, deu, à ilha, o nome de São Vicente, em homenagem a Vicente de Saragoça, um dos padroeiros de Portugal. O local, no entanto, já era conhecido pelos índios tupiniquins que a habitavam como ilha de Gohayó.
Outro fidalgo português, Martim Afonso de Sousa, nomeado pelo rei de Portugal dom João III donatário de duas capitanias hereditárias que incluíam a ilha, foi enviado pela coroa portuguesa para explorar a nova colônia e colocar marcos territoriais no litoral atlântico e no Rio da Prata. Fundou, então, a vila de São Vicente em 22 de janeiro de 1532, com oposição dos nativos locais.

"Sustentou, por espaço de três anos, contínuas guerras com os bárbaros índios carijós, guaianases e tamoios, que os conquistou apesar da oposição que neles achou, sendo-lhe necessário valer de todo o seu esforço contra a contumácia com que lhe resistiu; porque, na posse da liberdade natural, reputavam em menos as vidas que a sujeição do poder estranho; mas, vencidos em vários encontros, cedeu a rebeldia para que, com maior merecimento e glória, fundasse Martim Afonso a vila de S. Vicente".

Martim Afonso instalou, então, em sua nova vila, os símbolos do poder organizado, construindo um pelourinho, uma igreja e uma câmara e realizando, em 22 de agosto de 1532, as primeiras eleições em todo o continente americano. Como atividade econômica da nova vila, começou a cultura da cana-de-açúcar e a instalação de engenhos para a manufatura do açúcar, principal produto do período colonial. Mas a implantação deste esquema exigiu atividades complementares, consideradas secundárias, porém fundamentais para a produção açucareira. Estas eram a pecuária e a agricultura de subsistência. As primeiras cabeças de gado a chegarem ao Brasil vieram do arquipélago de Cabo Verde, em 1534, para a capitania de São Vicente.
Esta batalha ocorreu entre os anos de 1534 e 1536, na região de São Vicente. Em virtude de uma interpretação particular do Tratado de Tordesilhas, alguns espanhóis, liderados por Ruy Garcia de Moschera, instalaram-se nos arredores da província vicentina. Aliados aos índios carijós, fundaram uma vila (a I-Caa-Para) e venceram algumas batalhas contra corsários franceses. Quando as forças de defesa luso-brasileiras enfrentaram o contingente espanhol, foram prontamente derrotadas. Em contrapartida, Garcia de Moschera e seus seguidores embarcaram no navio francês e atacaram a vila de São Vicente, que saquearam e incendiaram, levando inclusive o Livro do Tombo, deixando-a praticamente destruída, matando dois terços dos seus habitantes. No entanto, em virtude das incursões sistemáticas das forças luso-brasileiras (que arregimentaram outros índios rivais, "de serra acima", cf. Donato, p. 89), os espanhóis foram forçados a se retirarem: primeiro, para a Ilha de Santa Catarina e, depois, para Buenos Aires. Barreto (1958) menciona o episódio do saque de São Vicente por Moschera, porém datando-o de 1537 (op. cit., p. 258).


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